sábado, 31 de dezembro de 2011

FELIZ 2012, F-E-L-I-Z!!

Que 2012 seja um ano de superação (super.ação), é isso o que eu desejo para mim e para você!


Felicidade
Amor
Paz
O resto? Ah, que a gente supere (e se supere!) e corra atrás!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Os livros são os mesmos!

"Há bons médicos formados nas federais, estaduais e particulares, não importa, sabe por quê? porque o livro é o mesmo, os livros são os mesmos, basta se dedicar, estudar e estudar, que o filhinho de papai da particular ou o nerdzinho gênio da federal terão o mesmo conhecimento!!"

Quando você achar que não dá, lembre disso! Os livros são os mesmos. Não importa se você estuda numa particular no Amapá ou se está estudando na USP. Os livros são os mesmos. Não importa se você está no melhor cursinho pré-vestibular do país ou se está estudando por conta. Sabe pq? PQ OS LIVROS SÃO OS MESMOS!! Dedique-se!! 
Depois que eu me dei conta disso, passei a encarar tudo com muito mais empenho e esperança. E quer saber? Eu vou passar pra Dermatologia na USP ou em qualquer outro lugar que eu quiser passar, e você?


*Sei que me blog não tem muito alcance, mas se isso puder ajudar - nem que seja 1 pessoa só - como me ajudou, eu já vou ficar feliz!


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"Solidão"

"É com uma estranheza que vos digo que, se existe alguém no mundo que foi feito pra viver em solidão, esse somos nós, médicos e internos. Todos os dias recebemos pacientes com a maior boa vontade, cuidamos, estudamos seus casos, quebramos a cabeça, discutimos com os superiores, com os inferiores, às vezes com nós mesmos pra tentar melhorar a vida dos nossos pacientes. Fazemos isso por eles, mas também por sua família, seus amigos. Para que não se sintam só após uma internação, ou até mesmo após uma consulta breve. Para que eles possam retornar a suas casas bem, ou melhores do que vieram. Enfim, para que não sintam solidão. E no fim de um dia, às vezes mais de um dia, voltamos a nossa casa, tocamos nossa vida, em nosso mundinho, de solidão. Deitar na cama, abraçar nosso travesseiro, e pensar no dia que passou, e no dia que virá, faz-nos pensar: como estamos sós, mesmo ao redor de tanta gente a qual ajudamos.
"O Homem é uma ilha"." (Créditos: doktiagojer.blogspot.com)
Esse texto foi retirado de um blog que acabei de conhecer e adorei, portanto, RECOMENDO MUITO!

Ps¹.: Estou até agora pensando no tanto que me identifiquei com  esse texto.
Ps².: Não sou uma boa blogueira mas vou tentar melhorar, ok? :$ xx.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

É OFICIAL!

Estou no internato e o internato está em mim! 

Cheguei na última prova de obstetrícia antes da repositiva e prova final precisando de 9,1/10,0 e. e. e. e. e... ARRASEI! Tirei um 10,0 lindo e muito suado e agora essa que vos escreve é praticameeente uma interna! Só preciso esperar 5 semanas e tcharã, o momento mais esperado dos últimos tempos chegará!
Acredito que assim que o internato começar terei coisas mais interessantes pra compartilhar e poderei também passar a manter uma frequência melhor de postagens!

Por enquanto é isso, o alívio é tanto que não consigo nem realizar nada ainda! HAHAHA

Até!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fim de semestre. Como lidar?

Não, eu não esqueci esse blog. Acho que, na verdade, os poucos leitores que tinham é que esqueceram de mim. Também, pudera, posts tão espaçados... não é?
Senti vontade de postar, pensei "amanhã", repensei "amanhã não vou ter mais vontade" e bom, aqui estou eu. Diante de incontáveis páginas de Obstetrícia.
Tive 18 disciplinas esse semestre. Sim, você (se é que você está aí!) DEZOITO disciplinas! Temos três provas por semestre e eu, linda que sou, fui aprovada em 17 destas após a segunda prova mas TCHÃNÃNÃNÃ, No meio do caminho tinha a Obstetrícia, tinha a Obstetrícia no meio do caminho MEELLLPOVOOO, e essa que vos escreve está L-A-S-C-A-D-E-E-E-E-E-E-E-E-E-N-H-A nas páginas desta bendita (óh, bendita :) Obstetrícia. E eu vou lhes revelar agora a pior coisa que você pode enfrentar durante a graduação em Medicina: PROFESSOR FILHO DA P#T@! É isso mesmo meu povo. Não são as horas sem dormir, nem o medo do fracasso, nem o super ego dos seus colegas e tal, são esses mesmo que lhes disse: Os professores filhos da p#t@!
Explico: As horas sem dormir são recompensadas quando você percebe que valeram a pena! Que você não só tirou a nota tão desejada mas que também aprendeu alguma coisa.
O medo do fracasso todos tem. Não é exclusividade nossa e com o tempo e o preparado vamos conseguindo encará-lo melhor. E quanto aos super egos, no final dos seis anos você vai se livrar deles. AGORA E O PROFESSOR FILHO DA P#T@, MELLLLBRASEEEEL? Sabe aquele que, NÃO ADIANTA NA-DA você estudar pq ele vai aparecer pra você com uma prova F-U-L-E-R-@, perguntando qualquer coisa cuja a importância clínica é Z-E-R-O e que nem o Zugaib lembra que escreveu de tão desaparecido que estava no FINAL do rodapé do livro. Sabe? Então, parece que eu tô revoltada mas eu tô é triste. Eu adorava obstetrícia, adora. E agora eu só sinto repúdio (?), e tudo por causa desse professor tão sacana. Eu poderia dar exemplos do que ele faz e vocês acreditariam que eu não tô tentando mascarar uma falta de competência ou de responsabilidade minha jogando a culpa para outrém (o professor, no caso), mas vamos deixar isso pra lá pq eu já falei demais e tenho certeza que ninguém chegou até aqui.

Até mais.
(E dessa vez prometo não demorar tanto para aparecer!)
Ps.: Se tiver alguém aí, POR FAVOR, TORÇA POR MIM! EU PRECISO ENTRAR NO INTERNATO! :(

domingo, 17 de julho de 2011

O primeiro paciente terminal.

Eae Brasil, como vai a força? Quanto tempo sem postar, não é? Mas cá estou, depois de uma semana super intensa e marcante, na qual viajei para o interior e junto com 50 colegas participamos de uma espécie de "Ação Global", se assim me faço entender. Passamos 5 dias lá e logo no primeiro atendimento, do primeiro dia recebi no consultório que estava um paciente de 76 anos, agricultor, acompanhado de dois de seus filhos - o mais novo e o mais velho. Ele queixava-se de uma dor nas costas que o impedia de andar e de uma "úlcera no estômago", já os filhos queixavam-se da uma "amarelez nos olhos há dois dias". Há 20 dias ele deambulava e se alimentava. Na ocasião da consulta ele só tomava um copo de suco por dia e tinha emagrecido 14 quilos nesses 20 dias. No exame físico era notável uma massa de mais ou menos o tamanho de um limão. O primeiro pensamento: Neoplasia de Fígado. Com a informação de que estavam chegando todos os exames que havia sido feitos há 20 dias em outro estado fui pra casa, tentando imaginar algo mais praquele senhor. Meu preceptor sugeria Mieloma ou Câncer já disseminada. O primeiro exame que recebi foi Alfa Fetoproteína normal. Meu mundo caiu, como assim normal? E agora, no que pensar? Até que chegaram RNM e todos, mas todos os exames laboratoriais que qualquer um possa imaginar. Ele tinha marcador de Ca de Pâncreas bem alterado e de acordo com a RNM, Câncer em Fígado, Pulmões, Coluna Lombar e Ossos da bacia. Três dias depois eu estava de cara com os dois filhos do senhor e meu preceptor, que deu a notícia a família. Conter a emoção? Uma missão quase impossível. Ver aqueles dois homens chorando e me perguntando: "O que a senhora faria se fosse o seu pai?" não foi nada fácil. Eles perguntaram se deviam contar ao pai, se valia a pena arriscar qualquer tratamento e o que poderiam fazer para que os últimos dias do senhor não fossem tão angustiantes. Pessoas simples, sem estudos como eles mesmo enfatizaram, mas extremamente cuidadosas com o pai, dispostas a colocar em cheque todos os bens adquiridos com sofrimento em prol do conforto do pai "que só nós sabemos tudo que fez pra nos criar". Se todos os filhos fossem dedicados como aqueles dois....
Voltei pra casa reflexiva. E com a certeza de que não quero Oncologia pra minha vida. :(

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Relatos na Psiquiatria

Sou dessas que nunca chora. Me sensibilizo muitas vezes, mantenho uma frieza aparente em quase 100% dos casos e chorar, isso nunca! Isso é em tudo na vida e sendo assim, inclusive na Medicina. Mas hoje o sistema foi bruto! Cheguei do ambulatório de Ginecologia saltitante. Realmente gosto de estar lá. E ao chegar - um pouquinho atrasada - na sala de aula me deparei com duas pacientes do CAPS. Uma já relatava seu caso e dava uma espécie de testemunho. Sua história me deixou pensativa. Ao lado desta senhora se encontrava uma moça um pouco mais jovem, aparentando tranquilidade e tudo mais. Todos pensavam que era a acompanhante da senhora. Até que de repente, não mais que de repente, essa moça começou a também contar sua história.
Esperava qualquer coisa dessa semana ingrata, menos ouvir algo desse tipo. Brevemente: Casamento de 17 anos, que passava por uma crise desde os 15. O esposo agredia os filhos quando algo não lhe agradava, a esposa não mais suportou e saiu de casa. Ficou sem nada e entrou com pedido de pensão. O ex-esposo se revoltou e passou a perseguí-la. Tentativa de homicídio. Não bastante, a moça perdeu o pai pouco tempo depois. Passou a sofrer ameaças e o ex-esposo fazia escândalos dia após dia na porta da casa da mãe. A mãe entrou em depressão. A moça ansiedade. Com o tempo, entrou em depressão profunda. Tentou o suicídio, pensou nos filhos e não suicidou-se. Agora está em tratamento, naquela fase bem tensa de recuperação, sabe? Ela contou isso tudo com bastante emoção e por muitas vezes não se conteve e chorou. E junto com ela, quase a classe toda. Inclusive eu.
Aí, eu que vivo em meio a devaneios, comecei a pseudofilosofar, daquele jeito, bem maroto. A pessoa de Girassol vira uma Dama da Noite assim, num estalar de dedos.
Não sei se é devido a hora (01h51min), mas começo a imaginar. O girassol, tão versátil, conhecido por sua riqueza de conteúdo, é aquele que acompanha toda a trajetória do sol, e mais, aquele que precisa da luz do sol pra sobreviver. De acordo com seu nome científico: Forte e Majestoso. É robusto e resistente e floresce o ano todo. Não tem muitos segredos, mas é preciso regá-lo sempre para cultivá-lo. O girassol quase nunca apresenta problemas, mas é preciso ficar de olho, afinal, seu contato com outras plantas pode contaminá-lo. Somos, normalmente, assim, não?
Normalmente. Até que algo acontece. Algumas lagartas aparecem e não são eliminadas logo no início e aí, de girassol, vira-se Dama da Noite! Ramos que de eretos tornam-se pendentes. É loucura comparar o surgimento da depressão com o surgimento de uma Dama da noite? Vigoroso, de rápido aparecimento. E o que falar das partes da Dama da Noite? Todas completamente tóxicas. Elas não podem ser cultivadas perto de janelas e as pessoas sensíveis, ah, essas devem passar longe delas. O cheiro dela é forte demais. O sol, tão querido pelo girassol, passa a ser repudiado pela Dama da Noite; esta gosta mais da sombra. Além disso, ela não tolera emoções fortes. Sabe as geadas, o frio intenso ou muito sal... pois é!
Ok, assumo que é pecado comparar a dama da noite, que não deixa de ser uma bela flor, com toda a obscuridade que cerca a depressão. Não tem nada a ver mesmo. É a psiquiatria que está me fazendo ter esses breves surtos, sabe? Ou talvez seja só a madrugada.
Whatever.
Continuo tendo medo - e pq não achando incrível, e não de um jeito muito bom - essa capacidade que a nossa mente tem de nos transportar do mundo normal pra todo esse mundo estranho, (que eu desejo nunca conhecer) assim, como num passe de mágica.

Post bem ruim, né?
Desculpem.

Abraços.
Volto pra corrigir os erros ortrográficos e/ou de digitação amanhã.

sábado, 23 de abril de 2011

Meu primeiro plantão (de verdade) na Obstetrícia!

Preciso contar, estou eufórica até agora! KOSAOSPA
Semestre passado, quando eu ainda levava Técnica Cirúrgica eu tive um professor GO e certo dia fui acompanhá-lo num plantão na Obstetrícia, cheguei lá com uma colega e ele disse pra alguém instrumentar. Confesso que dei pra trás, com medo de fazer besteirinhas e nesse dia fiquei só 'urubuservando', como dizem. 
Pois bem, agora estou levando GO e meu professor de Gineco é o professor mais f#d@ da graduação. O cara é simplesmente demais! Ele estaria de plantão das 19 às 7 de sexta pra sábado e eu iria pra lá com mais um colega. Eu tava bem naquela: Ah, madrugada, não vai ter muita coisa. Grande (e feliz engano)! Chegamos lá e havia umas 15 pacientes que tinham sido encaminhadas da maternidade pra lá (onde estávamos é serviço obstétrico para gestações de alto risco), com as mais diversas complicações. E quando digo mais diversas, são mais diversas MESMO! Fora as pacientes internadas, claro. Tava uma correria danada. E como se não bastasse o tanto de paciente pra atender, lá dentro estava também um sufoco. Duas em trabalho de parto, uma quase lá. Tínhamos uma paciente cardiopata (SIC) que a bolsa acabara de romper, uma com sorologia + para HIV e VDRL e a outra com Diabetes e Pré-Eclâmpsia e 35 semanas de gestação. A paciente cardiopata foi transferida para a sala de parto normal ao mesmo tempo que a paciente com as sorologias positivas era levada para o Centro Cirúrgico. Ficamos eu, meu colega e nosso professor com a cardiopata enquanto os outros GO's foram para o centro acompanhar a outra paciente. Nessa meu professor me mandou calçar as luvas e eu no máximo, pensei que iria instrumentar pra ele. Engraçado que quanto mais ele falava "booooora", mais eu me enrolava. E olha que eu sou especialista em calçar luvas rápido e direito ein? sodfaskda. De repente, não mais que de repente, me posiciono próximo a mesa e ele me solta essa: Venha pra cá, você vai fazer o parto!" Juro por Deus, nunca tremi tanto em toda minha vida. Logo eu, que não seguro nem meus sobrinhos antes deles ficarem "durinhos". OKSASPKPA. Eu queria poder ver meu olhar desesperado pro professor como quem diz: Socooooorro! SKAOSKPOSP. No final, deu tudo certo. Ele ficou lá o tempo todo, é claro. Praticamente em cima de mim, me instruindo. Depois que a bebê nasceu, foi só cortar o cordão, coletar o sangue do cordão e tirar a placenta. O momento mais desesperador foi quando, após tirar a placenta e ver dele um sinal com a cabeça para jogá-la no local adequado, bem em minha frente, ele me diz: "PQ VOCÊ SOLTOU A PLACENTA AÍÍÍ?". É claro que eu fiquei desesperada mas isso era só gracinha do professor. Fdp! Quase infartei! OKSAOSK. É isso, fiz meu primeiro parto. Gente, é muito emocionante e quase inacreditável, mas EU FIZ MEU PRIMEIRO PARTO!!! 
E as emoções não acabaram por aí. Quando a criança do parto que eu fiz nasceu, o relógio marcava 23h42min. Depois disso ainda recebemos mais casos encaminhados da maternidade. Recebemos uma gestante de 16 anos, 33 semanas de gestação e 7cm de dilatação que nos daria muito trabalho posteriormente e mais uma que já chegou em trabalho de parto e ganhou o bebê praticamente no corredor. Ela deitou na cama e o bebê saiu, simplesmente. Foi uma correria danada, o bebê nasceu mal e teve que ser levado pra UTI. Não acompanhei direito esse caso pq enquanto isso aconteceu, a paciente diabética também dava a luz a um bebê que também nasceu mal e eu fui acompanhar na sala de ressuscitação. Que agonia ver aquele bebezinho sendo ambuzado, completamente cianótico, uma loucura. Um bebê com má formação, sindrômico, uma possível atresia de esôfago e um prognóstico que não era dos melhores.
E lembram a paciente de 17 anos, que chegou com 7cm de dilatação? O parto começou aproximadamente as 4 da manhã e essa paciente não só acordou a obstetrícia toda, mas acredito que até a Psiquiatria do hospital de tanto que ela gritava. E detalhe: Ela SÓ gritava, não fazia força nem nada. E pedia ajuda. Os médicos tentavam de todas as formas acalmá-la e ela só pedia ajuda e gritava para pararem. Insistíamos que se ela não se ajudasse, também não poderíamos ajudá-la em nada. Sabe como meu professor consegui fazê-la calar a boca? Dizendo assim: "Minha querida, se você não fizer força seus dois bebês não vão sair." Ela, quase infartando de susto disse: "DOIS?". E ele: "É, você não fez ultrassom não minha filha? Não sabe que são dois? Pois é, então vamos logo, faça essa força aqui em baixo e não na garganta pq se não seus bebês vão ficar aí". Sabe Deus o que passou na cabeça da paciente com essa informação, mas ela parou de gritar e finalmente deu a luz. Esse bebê, também prematuro, nasceu melhor.
A plantão não acabou por aí, mas esses casos foram os mais interessantes. Já chega né? O post ficou gigante!

Ps.: Eu tento não escrever muito tecnicamente, mesmo pq o blog não tem a intenção maior de falar sobre os procedimentos em si, mas sim sobre como me sinto executando-os. Tudo bem assim?

Até a próxima.
Xoxo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Medicina Legal [SOCORRO!]

De maneira clara e direta: A medicina legal está me surtando. Simples (ou não) assim!
Tem várias áreas nas quais digo com todas as letras que não atuarei, mas todas elas por não gostar mesmo e não me sentir feliz trabalhando com aquilo (cirurgia, por exemplo), mas que acho que se gostasse teria até uma certa aptidão praquilo. Contudo, com medicina legal é diferente. Eu jamais conseguiria - mesmo se quisesse - trabalhar com isso por qualquer tempo que fosse o tempo. Estou levando a disciplina agora e estou passando pela prática de medicina legal também agora. 12 horas semanais. As primeiras semanas foram tranquilas, mas essa semana algo diferente aconteceu. Foi assim...
18h30min, eu já feliz com o fim bem próximo do plantão e chega uma moça para perícia: Lesão corporal e Estupro. 
Juro, mal dormi aquela noite. Um jovem, saindo de um local na região central da cidade, 19hs do dia anterior. Local iluminado e bem movimentado. Foi abordada e bem, vocês já sabem.
Uma sensação de vulnerabilidade tomou conta de mim de um jeito absurdo. Talvez eu não devesse ter me deixado impressionar como deixei. Mas gente, terceiro caso em um mês, onde as três vítimas relatavam o mesmo modus operandi do bandido. E de repente, você se dá conta de que a qualquer momento (que Deus nos livre e Ele já nos livrou) pode ser qualquer um passando por isso. Eu ein. 
Este caso me abalou e depois dessa prática eu não consegui mais tratar a medicina legal com naturalidade. A partir daí assistir as aulas se tornou difícil e eu só quero passar por essa disciplina logo.
Alguém me diz, estou exagerando? Surtando? Enlouquecendo? Rsrs.

Até mais.

domingo, 10 de abril de 2011

Estágio - Urologia

Pois bem, funciona assim. Estou no sétimo período (falei isso no primeiro post? Oõ) e então, minha turma foi dividida em grupos de 6 que se subdividem em grupos de 3. Nesse semestre estamos rodando em estágios de Pediatria, Ginecologia, Obstetrícia, Clínica Médica, Cx Torácica, Cx Gástrica, Urologia, Medicina Legal e Anestesiologia.
Já passei pela Clínica Médica e não vivenciei nada que de tão interessante, mereça um post aqui. O caso é que essa semana iniciei o estágio em Uro e bem, passei por momentos estressantes e tristes no ambulatório. Apesar de que é claro, foi um estágio muito rico no quesito aprendizagem.
Vamos aos fatos:
Meu grupo não teve a sorte de poder se subdividir essa semana: Tivemos que ficar os 6 juntos no ambulatório. O primeiro paciente foi um senhor, de 75 anos, com queixa de hérnia inguinal e com o PSA de 5,5. A neta relatava que já era o terceiro episódio de hérnia e que ela atribuia isso "a falta de repouso, já que 15 dias depois de operado ele colocava a bacia na cabeça e saia pra vender frutas". Feita a anamnese, fomos chamar o professor para nos auxiliar no exame físico. Com o PSA elevado era meio óbvio que o toque retal seria feito. Combinamos assim: 3 de nós fariam o toque retal naquele paciente, os outros 3 no outro e assim seria. Eu e as meninas concordamos que aquela situação era muito incomoda para o paciente e que como teriam vários outros não precisávemos, os 6, fazer o toque em cada paciente que entrava.
O tempo foi passando e fomos atendendo senhoras, com queixas renais e tal. Até que chegou um outro senhor, 65 anos, PSA de 6,5. Outro toque. Vimos os meninos - que já tinham feito o toque anteriormente - calçar as luvas e uma colega comentou: "De novo? Mas tínhamos combinado..." e, não acreditei ao ouvir a resposta: "Eu não estou nem aí, eu vou fazer de novo, estou aqui para isso e que se dane se o paciente não gostar". Juro que quis morrer ao ouvir aquilo. Acho que não preciso comentar minha indignação com a escrotice de meu colega de grupo. Ok, estamos todos pra aprender, mas aquele não seria o único dia que teríamos em nossas vidas para "aprender" a fazer o toque. Não sei, talvez o problema seja eu. Talvez eu seja idiota demais por acreditar que médicos podem ser mais preocupados com o bem-estar do paciente e tentar ser um pouco mais delicados e sensíveis em sua prática. Sei que é preciso frieza, sei ser fria nos momentos adequados, mas não consigo aceitar que tenhamos que ser insensíveis, simplesmente porque acho que NÃO TEMOS que ser insensíveis. Pronto.
A conclusão que tirei no final do dia, depois de vários absurdos que ouvi, afinal esse relatado foi apenas o primeiro foi: Ou vou ser uma médica muito chata e ruim, ou meus colegas de grupo são uns escrotos.

É isso :S
Um bom restinho de fim de semana, meu povo, haha
Beijos.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Vamos as apresentações.

Buenas mi gente! Acho engraçado eu estar aqui. Vou confessar, sempre achei curioso ter um blog e durante alguns devaneios pensei em criar  blogs de pensamentos ou de moda, arquitetura, fotografia, quizá até música, mas confesso, nunca me imaginei escrevendo num blog que versará sobre a tal da Medicina. E olha, só fiz esse blog pq quando pensei na possibilidade, pensei em seguida: "Não seria interessante pra mim escrever sobre qualquer outra coisa mas sobre isso talvez seja", pronto, daí está surgindo isso. E olhem, pensei isso há 5 minutos, haha. 
Venho de um dia exaustivo e frustrante. Durante todo o dia estive em aulas e com problemas com colegas de classe. Vou contar pra vocês, por vezes penso: "Onde fui amarrar minha égua, pq me meti nesse meio em que as pessoas são todas loucas?". Veja bem, AMO o que eu estudo e não seria tão feliz fazendo nenhuma outra coisa, entretanto, por vezes, quando a pressão é muita e meus companheiros de jornada são muito desumanos - e isso é quase todo dia - eu penso que eu talveeeeeez pudesse ter escolhido outro rumo. É também, por isso, que quando alguém aparece querendo prestar medicina no vestibular e vem me perguntar se eu aconselho, respondo um alto e sonoro: NÃO. NÃO RECOMENDO. A menos que cara, 1- você ame isso mais do que qualquer coisa na vida, 2- que você tenha plena certeza e principalmente, 3- que você já tenha conhecido a medicina NA PRÁTICA com algum conhecido ou sei lá para ter a certeza dos dois pontos anteriormente citados. Doce, doce é a ilusão que você tem quando entra na faculdade (tá, eu nunca tive muito essa ilusão, enfim.) de que você será o salvador da pátria e curará todos os doentes, resolverá todas as mazelas do mundo e será tratado como o rei do mundo. Pois se você que está me lendo pensa isso, só lhe digo uma coisa: você não vai curar quase nada pq quase nada tem cura através da medicina. Dica. ;)
Mas agora chega, né? Me parece inapropriado começar um blog assim, com esse discurso ranzinza e aparentemente desesperançoso. Eu, se você fosse, provavelmente pensaria que tudo aqui será muito chato e que não deve voltar a ler isso nunca mais. Pois eu, como você não sou, lhe peço um voto de confiança. Falarei coisas nada a ver, sim, mas também relatarei coisas interessantes, please, confie em mim. Volte amanhã pra tomar um chopp comigo ;)


Beijos,
Acadêmica do sétimo semestre de medicina. :*


PS.: Não tô sabendo / conseguindo editar o layout disso aqui pra arrumar a barra lateral, adicionar uns links, essas coisas. Tentarei resolver isso o mais breve que conseguir. 


Ps².: SIGAM AÊÊÊ @vivênciamédica.